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“Nunca foi tão fácil desviar dinheiro público através do Congresso Nacional”

Segundo pesquisas, cerca de 80% dos brasileiros não confiam no Congresso Nacional, que é composto por deputados e senadores. A instituição que deveria representar a coletividade e ser exemplo para o legislativo brasileiro, se especializou em representar poucos. Com raras exceções, são mesquinhos com os mais pobres e generosos com os super-ricos. É por isso que o Congresso passa por uma fase nítida de decomposição ética e moral. Infelizmente, a sujeira de alguns acaba respingando nos demais parlamentares.

No atual cenário não há mais desejo de país, diálogo e nem buscas de alternativas para os problemas. O que há mesmo é desrespeitos, ataques, regalias, desvios e defesa de seus próprios interesses. E quem se atreve a combater é violentamente atacado. É a doença querendo eliminar o remédio. Legislam contra o povo, alegando preocupação com as contas públicas, mas praticam a irresponsabilidade fiscal sem pudor. Se realmente tivessem preocupados com os gastos, não teriam aumentado o número de deputados federais de 513 para 531, na calada da noite, contra a vontade popular, ao custo de quase R$70 milhões anuais para nós, contribuintes, pagarmos.

A estrutura da república foi deformada. O Congresso retém boa parte do orçamento federal. O orçamento secreto, implementado em 2020, sem transparência, é um campo de caça permanente e de desvios de verbas que, segundo especialistas, superam os escândalos do mensalão e petrolão. Através dele os parlamentares utilizam métodos para conluios, chantagem e clientelismo eleitoral. Por isso, “Nunca foi tão fácil desviar dinheiro público na história do país”, afirma, com segurança, o Diretor da Seção Brasileira da Transparência Internacional, Bruno Brandão.

Vai ser difícil reverter este cenário. Os corruptos têm mais chances de permanecerem no cargo porque as verbas do orçamento secreto, que deveriam chegar aonde realmente precisam, vão parar nos redutos eleitorais deles. Além disso, contam com os investimentos dos super-ricos para mantê-los no poder defendendo os seus próprios interesses. Enquanto isso, continuamos ouvindo notícias de senador que enviou R$3 milhões de emenda pix para áreas de interesse dele; deputado que repassou R$2,2 milhões para fins particulares, e assim por diante. Triste, mas é a realidade. O poder legislativo, que tem como uma das funções típicas a fiscalização, precisa ser fiscalizado porque não fiscaliza a si próprio.

Portanto, indignar-se com as irresponsabilidades praticadas por alguns é importante, mas não é o suficiente. É preciso “separar o joio do trigo”. Se há parlamentares inconsequentes, há também os que protestam contra as injustiças, se dedicam aos interesses coletivos e batalham por um congresso ético, justo e transparente. Porém, os que se calam diante das distorções são cúmplices.

PROJETO BLITZ